“A diferença entre um remédio e um veneno está só na dosagem”. (Paracelso – Médico e físico do séc. XVI)

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Boletim Informativo

Finasterida reduziu risco de câncer de próstata em cerca de 30%, de acordo com estudo publicado no NEJM

No estudo Prostate Cancer Prevention Trial (PCPT), publicado pelo The New England Journal of Medicine (NEJM), a finasterida reduziu significativamente o risco de câncer de próstata, mas foi associada a um risco aumentado de doença de alto grau. Após 18 anos de acompanhamento, não houve diferença significativa entre os grupos nas taxas de sobrevida global.


Entre 18.880 homens elegíveis que foram submetidos à aleatorização, foi diagnosticado câncer de próstata em 989 de 9.423 (10,5%) no grupo finasterida e 1.412 de 9.457 (14,9%) no grupo placebo (risco relativo no grupo finasterida, 0,70; intervalo de confiança de 95% [IC], 0,65-0,76; P <0,001). Dos homens que foram avaliados, 333 (3,5%) no grupo finasterida e 286 (3,0%) no grupo placebo tiveram câncer de alto grau (escore de Gleason, de 7 a 10) (risco relativo, 1,17; IC 95% 1,00 a 1,37; P = 0,05). Dos homens que morreram, 2.538 estavam no grupo finasterida e 2.496 estavam no grupo placebo, para taxas de 15 anos de sobrevivência de 78,0% e 78,2%, respectivamente. A taxa de risco não ajustada para óbito no grupo finasterida foi de 1,02 (IC 95%, 0,97-1,08; P = 0,46). As taxas de sobrevivência de dez anos eram 83,0% no grupo finasterida e 80,9% no grupo placebo para homens com câncer de próstata de baixo grau e de 73,0% e 73,6%, respectivamente, para as pessoas com câncer de próstata de alto grau. A finasterida reduziu o risco de câncer de próstata em cerca de um terço. 

O câncer de próstata de alto grau foi mais comum no grupo finasterida do que no grupo placebo, mas após 18 anos de acompanhamento, não houve diferença significativa entre os grupos nas taxas de sobrevida global ou sobrevida após o diagnóstico de câncer de próstata. O estudo foi financiado pelo National Cancer Institute.

Uso de antipsicóticos por crianças pode aumentar risco de desenvolver diabetes tipo 2 em até três vezes

O aumento do número de prescrições de antipsicóticos para crianças e jovens tem levado à preocupação de que essa prática possa elevar o risco de desenvolvimento de diabetes mellitus tipo 2.

A pesquisa do Vanderbilt University Medical Center, publicada pelo The Journal of the American Medical Association in Psychiatry (JAMA Psychiatry), teve o objetivo de comparar o risco de diabetes tipo 2 em crianças e jovens de 6 a 24 anos de idade que estavam iniciando o uso de medicamentos antipsicóticos versus a propensão de seus controles pareados que recentemente tinham iniciado o uso de outra medicação psicotrópica.

Os participantes do estudo de coorte, retrospectivo, do programa Tennessee Medicaid Program, incluíam 28.858 iniciantes recentes de drogas antipsicóticas e 14.429 controles pareados. Pacientes que receberam previamente um diagnóstico de diabetes, de esquizofrenia ou de outras condições para as quais os antipsicóticos são a única terapia geralmente reconhecida foram excluídos da coorte.

Os principais resultados medidos foram diagnóstico de diabetes ou prescrição de medicamentos para tratar o diabetes durante o seguimento dessas crianças.

Crianças e jovens que usavam antipsicóticos tiveram um risco três vezes maior para diabetes tipo 2, o que ficou evidente no primeiro ano de acompanhamento. O risco aumenta com a dose cumulativa durante o seguimento (P<0,04). O risco permaneceu elevado até um ano após a interrupção do uso de antipsicóticos. Quando o grupo foi restrito a crianças de 6 a 17 anos de idade, os usuários de antipsicóticos tinham um risco mais do que três vezes maior para diabetes tipo 2 e aumentava significativamente com o aumento da dose cumulativa (P<0,03). O risco foi aumentado para uso restrito de antipsicóticos atípicos ou de risperidona.

As conclusões da pesquisa mostram que crianças e jovens que fazem uso de antipsicóticos têm um risco elevado para diabetes tipo 2 e este risco aumenta com a dose cumulativa.

Perjeta (pertuzumabe) pode ser opção para câncer de mama antes mesmo da cirurgia de remoção do tumor, a aprovação da FDA deve sair em outubro deste ano

A agência Food and Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos, está analisando o uso do Perjeta (pertuzumabe) como primeira opção no tratamento do câncer de mama antes mesmo da cirurgia de remoção do tumor, como uma tentativa de reduzir o tamanho dos nódulos. A decisão de aprovação deve sair em 31 de outubro deste ano.

O Perjeta já é aprovado para tratamento do câncer de mama agressivo, com presença de metástases. Esta nova indicação, que está sendo avaliada pelos especialistas da FDA, faz parte do projeto de aprovação acelerada de medicamentos que se enquadram na categoria de medicamentos inovadores que podem tratar doenças que colocam a vida em risco.

Um estudo clínico da fabricante suíça Roche Holding AG's Genentech, que fabrica o medicamento Perjeta (pertuzumabe), mostrou que mulheres que receberam o medicamento como tratamento inicial para o câncer de mama se mostraram 18% mais propensas a estar livres da doença depois de 12 semanas de tratamento, em relação àquelas que receberam combinações de medicações mais antigas, como o Herceptin.

Novos estudos ainda são necessários para que se tirem as devidas conclusões em relação à reincidência do câncer e à sobrevida das mulheres.