“A diferença entre um remédio e um veneno está só na dosagem”. (Paracelso – Médico e físico do séc. XVI)

terça-feira, 11 de setembro de 2012

UNIFESO - História

Fonte: Site UNIFESO
A Fundação Educacional Serra dos Órgãos foi fundada no dia 20 de janeiro de 1966 por iniciativa de setores e instituições da sociedade teresopolitana. Inicialmente tinha a preocupação de fortalecer o sistema educacional de Teresópolis do ensino Básico ao Superior, a Instituição foi organizada naquele ano como Fundação de Direito Privado sem fins lucrativos. A atuação da FESO começa com a criação da Faculdade de Medicina de Teresópolis, autorizada em 1970 e reconhecida em 1975, com o objetivo de expandir as escolas médicas no Brasil, em especial na região Sudeste.

Cinco anos após a criação do Curso de Medicina, a FESO devido às necessidades da região, criou a Faculdade de Administração e de Ciências Contábeis, autorizadas em 1975 e reconhecidas em 1979. Em 1985 foi criada a Faculdade de Enfermagem. Ingressando na área de tecnologia, a FESO criou em 1994 o curso de Tecnologia em Processamento de Dados, atualmente Ciências da Computação. Em 1997 foi adquirida a Fazenda Quinta do Paraíso, com cerca de 1 milhão de metros quadrados, garantindo a construção de um novo campus. Em 1998 foi criado o curso de Pedagogia visando a inserção desses profissionais  em várias áreas dos ensinos Fundamental e Médio, como o Magistério. no ano de 1999, criaram-se os Centros de Ciências Biomédicas (CCBM) – atualmente o Centro de Ciências da Saúde (CCS) – e de Ciências Humanas e Sociais (CCHS), visando a reunião dos cursos de graduação em áreas afins. No mesmo período, agregaram-se aos seus respectivos centros os novos cursos de Odontologia e de Direito, bem como o de Medicina Veterinária no ano seguinte.

Em 2006, na comemoração de 40 anos da FESO as Faculdades Unificadas Serra dos Órgãos foram credenciadas como Centro Universitário Serra dos Órgãos – UNIFESO.

No ano de 2009, diante das permanentes demandas da sociedade e das perspectivas geradas com a implantação do Pólo Petroquímico do Rio de Janeiro, forma instalados os cursos de Engenharia de Produção, Engenharia Ambiental, Matemática e Biologia. No ano anterior o curso de Farmácia havia sido aberto.

A construção de prédios, laboratórios, bibliotecas e a aquisição de equipamentos garante, ao lado de um quadro de professores e pessoal técnico-administrativo em permanente qualificação, não apenas uma infra-estrutura  de qualidade mas também um processo de ensino-aprendizagem altamente dinâmico e participativo, o que consolida a posição do UNIFESO como uma das mais importantes instituições do Rio de Janeiro. 

Fonte: UNIFESO.
Fonte: Science Photo Library
História da Farmácia

O símbolo da Farmácia é representado por uma taça com uma serpente se enroscando nela, projetando-se do pé até a borda, com a cabeça em altitude de espera como se fosse beber algo. A taça evoca o poder curativo das drogas, e a serpente atentamente posicionada, insinua uma atitude de advertência, ou seja, refere-se à cautela e responsabilidade ética com que deve atuar o farmacêutico no preparo e na venda dos medicamentos.

1. As Civilizações da Antiguidade e o Prelúdio da Farmácia

O início da história da farmácia é praticamente inseparável da história da medicina e de certo modo sua reconstrução relaciona-se com a compreensão dos processos, teorias e conceitos científicos que marcaram o desenvolvimento da terapêutica. Tendo a história do medicamento, como objetivo da investigação científica, seu enfoque aproxima-se da história da ciência. A abordagem histórica preocupa-se com a análise das transformações ocorridas na dinâmica das relações sociais que condicionaram a produção e uso de medicamentos nas sociedades ao longo do tempo, incluído o desenvolvimento da profissão farmacêutica (ANDERSON, 2005 e SOUZA DIAS, 2005).

Historicamente o farmacêutico sempre foi reconhecido pela sociedade como o profissional que detinha os conhecimentos e o domínio da técnica de preparação de medicamentos. A origem e desenvolvimento da farmácia identificam um conjunto de saberes e práticas orientadas à transformação de recursos provenientes do ambiente natural em artefatos destinados ao tratamento e cura de doenças. No decorrer do processo civilizatório da humanidade, uma das primeiras preocupações do ser humano constitui-se no desejo deste em buscar procedimentos que possibilitassem minimizar o sofrimento ocasionado pelas doenças que o acometiam; assim como utilizar todos os recursos disponíveis com o intuito de garantir a sua sobrevivência.

A antropologia supõe com base nas investigações tradicionais que a concepção dominante nas sociedades arcaicas a respeito dos males causados pelas doenças era cunho animista, fortemente atribuído ao elemento místico. A restauração ou cura desses males ficava a cargo dos atribuídos curandeiros, sacerdotes e feiticeiros da comunidade. Tal tradição permeou as principais civilizações da antiguidade e pode ser encontrada nos relatos e artefatos remanescentes daquele período, caracterizando o que Sagrera (2005) denomina Farmácia Arcaica.

O homem passou a crer que a natureza seria responsável pela provisão dos meios necessários para amenizar seu sofrimento, fornecendo de forma simbólica, mas também material, a melhor indicação para o seu uso como medicamento. O uso de drogas obtidas de origem animal, mineral e vegetal classificavam-nas de acordo com suas características e, como muitas dessas substâncias tinham sabor ou odor desagradável e até repugnantes; houve a preocupação em alterar as formulações dos medicamentos, visando a sua melhor aceitação por parte do paciente. Surgia desta forma, a Arte Farmacêutica.

2. Síntese Histórica da Farmácia e o Ensino Farmacêutico no Brasil

No Brasil, a história da farmácia caracteriza-se por períodos distintos do processo de formação cultural, o desenvolvimento socioeconômico, político e científico da sociedade brasileira, influenciando diretamente na organização e regulamentação da atividade profissional, do ensino e dos estabelecimentos farmacêuticos no país.

2.1 O Ofício de Boticário e a Arte de Preparar Remédios no Brasil Colonial

Durante o Brasil Colônia, medicamentos e drogas eram adquiridos em estabelecimentos comerciais denominados “boticas” as quais eram numerosas até o início do século XIX. O proprietário desses estabelecimentos, o boticário, frequentemente um prático com experiência adquirida após anos de exercício do ofício, se submetia a um exame perante os comissários do físico-mor do Reino para obtenção da “carta de examinação”; constituíam assim, junto aos físicos e cirurgiões-barbeiros, um grupo legalmente habilitado e reconhecido pelo estado para o exercício das práticas de cura.

As boticas dos jesuítas alcançaram grande prestigio à população provavelmente pelo fato de conversaram no âmbito da Farmácia a tradição da medicina hipocrática e galênica terem conseguido incorporar os recursos terapêuticos indígenas (EDLER, 2006).

2.2 Do Boticário ao Farmacêutico

Fonte: Science Photo Library
Segundo Santos (1999), a partir do século XIX há uma transformação no referencial de influencia dos determinantes de profissionalização. A principal característica deste período diz respeito a uma presença maior ao estado, como mediador das demandas sociais e do sistema de produção; papel desempenhado através de ações reguladoras e de intervenção sobre a atividade farmacêutica, bem como a formulação de políticas públicas, em sintonia com duas vertentes com forte influência no discurso sanitário oficial emergente: a concepção higienista de política sanitária e a vertente da medicina social. Em 1832, as academias médico-cirúrgicas foram transformadas em faculdades de medicina e os cursos de farmácia foram oficialmente criados (VOTTA, 1965).

Em 1835 a Seção de Farmácia da academia Imperial de Medicina propõe um plano de reorganização do curso de farmácia. No fim do século XIX, as velhas boticas perderam o monopólio da produção de medicamentos, estes se multiplicaram e passaram a ser produzidos industrialmente. Os estabelecimentos tiveram que passar por drásticas mudanças, algumas conseguiram transformarem-se em laboratórios farmacêuticos, outras passaram a comercializar os produtos industrializados e outras simplesmente deixaram de existir acompanhando o crepúsculo da produção artesanal de medicamentos e da Farmácia Oficinal (EDLER, 2006).

2.3 A Transição da Farmácia Oficinal para a Drogaria

Na passagem do século XIX para o século XX o país experimentava a transição de um modelo econômico baseado em sociedade agrária para um país industrial e urbano. Instalaram-se grandes laboratórios para a pesquisa e produção de soros e vacinas, o que fez com que o Brasil adquirisse alguma capacidade tecnológica na área de produção de medicamentos (SPADA et al., 2006).

Observou-se uma brusca transformação no mercado de medicamentos. As antigas boticas onde se preparavam os medicamentos de forma artesanal deram origem à drogarias, verdadeiros entrepostos de comercialização de especialidades farmacêutica (medicamentos industrializados).

A indústria farmacêutica interessada em ampliar sua influência sob os prescritores e eliminar qualquer intermediário que dificultasse a estratégia de massificação da prescrição e consumo de medicamentos industriais contribuiu para essa situação na medida em que passou a fornecer informações sobre medicamentos diretamente aos médicos. As bulas substituíram o papel do farmacêutico como provedor de informação

O modelo de formação do farmacêutico brasileiro entra em crise, era necessário readequar o ensino de modo a preparar o farmacêutico para atuar nas novas atividades que se estabeleciam como o espaço para o exercício profissional.

Referências Bibliográficas

ANDERSON, S. Making Medicines: A Brief History of Pharmaceuticals. 1 ed., London: Pharmaceutical Press, 2005.

EDLER, F. C. Boticas e pharmácias: uma história ilustrada da Farmácia no Brasil. Rio de Janeiro: Casa da palavra, 2006.

SANTOS, M. R. C. Profissão farmacêutica no Brasil: história, ideologia e ensino. São Paulo: Holos, 1999.

SOUZA DIAS, J. A Farmácia e a história. Texto de suporte à disciplina História e Sociologia da Farmácia, Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa.

SPADA, C.; CHAGAS, J. R.; SILVA, K. F. F; CASTILHO, S. R. In: BRASIL. Ministério da Educação Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). A trajetória dos cursos de graduação na área de saúde, 2006.

VOTTA, R. Breve história da Farmácia no Brasil. Rio de Janeiro: Laboratório Enila, 1965.